terça-feira, 11 de setembro de 2007

O ESPÍRITO DA LETRA - BRUNO TOLENTINO




Ao pé da letra agora,

em minha vida há a morte e uma mulher...

E a letra dela, a primeira,

me busca e me martela

ouvido adentro a mesma despedida



outra vez e outra vez, sempre espremida

entre as vogais do amor... Mas como vê-la

sem exumar uma vez mais a estrela

que há anos-luz se esbate sem saída,



sem prazo de morrer na luz que treme?!

O monstro que eu matei deixou-me a marca

suas pernas abertas ante a Parca


aparecem-me em tudo: é a letra M

a da Medusa que eu amei, a barca

sem amarras, sem remos e sem leme...

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