terça-feira, 16 de outubro de 2007

"OSSO DURO DE ROER..."




Acabo de chegar do cinema... Assisti ao filme fenômeno - TROPA DE ELITE!

Confesso que quando fui ver o filme, estava meio desanimado. Assisti a alguns trechos de entrevistas do diretor José Padilha e não gostei muito do que ouvi.

Antes de ver o filme, acreditei que havia um entusiasmo exagerado de alguns autores que costumo ler e seus comentários sobre o filme:





A sessão estava vazia, ainda bem...

Ao ver o filme, percebi que as escolhas de utilização da câmera, dos cortes e da construção do roteiro eram competentes.

Mas, fiquei surpreendido com o fato do filme realmente tratar das questões sobre o tráfico, polícia, corrupção, honestidade e da liberdade (enquanto aceitação das responsabilidades) sem firulas ou justificações idiotas.

Não pude ficar imune ao seminário sobre Foucault e nas suas tantas deturpações sobre à realidade.

Não pude ficar imune a constatação de que quem financia o tráfico é quem compra/consome às drogas.

Não pude ficar imune ao treinamento em que os soldados são chamados à hombridade.

Todas essas coisas são uma descrição da realidade, em alguns casos, observados pelos meus olhos de classe média e “acadêmico”.
Antes de ver o filme, participei de uma destas brincadeiras da internet em que respondendo a um questionário, você ficava sabendo qual personagem você se parece. Como não havia visto o filme, achei interessante responder e ver o resultado.

Vendo o filme entendi... O sujeito identificado com a minha “personalidade” era o que: pensa antes de agir, é estudioso; as vezes, contemporiza, ficou com a mulher mais bonita do filme, é preto e usa óculos!

Nunca imaginei que um teste de internet pudesse “dissecar” tanto uma personalidade! Até porque, quando ele sabe o que tem que fazer, ele faz!

Devo voltar a esse filme e fazer um comentário menos “impressionista”. No entanto, quero fazer um último comentário hoje.

Tolstoi escreveu o, para mim, melhor romance já escrito na história da literatura: GUERRA E PAZ. Além de outras preciosidades.

Mas, lendo o livro, também precioso, de Paul Johnson - OS INTELECTUAIS percebi que as idéias, opiniões e mesmo a vida desse romancista russo, eram de uma mediocridade tão absurda, que fica difícil acreditar que era a mesma pessoa. Daí, parecer-me que o mesmo se dá, guardadas as devidas proporções, com o José Padilha. A obra supera o entrevistado!



- O texto que publicaria hoje com a segunda parte da “história” da Ópera fica para a próxima semana.

- Este texto, como todos os publicados aqui, neste blog, é a exposição de minhas opiniões e não refletem as opiniões dos outros colaboradores.

- Depois reviso o texto...




2 comentários:

Estrela no abismo do espaço disse...

Semana passada eu estava conversando com um colega meu que acabara de assistir ao filme Tropa de Elite. Ele estava empolgadíssimo e me contou que foi um dos filmes brasileiros mais bem feitos que ele já viu. No mesmo instante eu perguntei a ele quantos filmes brasileiros ele já tinha assistido na vida, e ele ficou sem palavras. Para mim foi a reação esperada.
E essa falta de base para criticar, já é fato no Brasil contemporâneo.
Porém, ainda torço para que o cinema brasileiro seja valorizado tanto internamente, quanto externamente.

Elton Quadros disse...

Marianne,

Seu amigo pode dizer que TROPA DE ELITE é um dos filmes brasileiros "mais bem feitos". E, olha quem lhe diz isso, é uma dos sujeitos que mais assistiu filmes brasileiros. Da velha e da nova gerações!
Não costumo gostar de filmes pela origem nacional. Gosto do bom filme, seja ele Brasileiro, Francês, Japonês, Sueco etc etc
Abraços deste malungo.