segunda-feira, 5 de novembro de 2007

UMA BREVE "HISTÓRIA" DA ÓPERA - Parte III





“Todo querer se origina da necessidade, portanto, da carência, do sofrimento”.
(Schopenhauer)


INOVADORES II



WAGNER (1813-1883) acompanha a mentalidade alemã do século XIX que busca uma glorificação de um passado germânico mítico. Deuses, heróis e lendas medievais povoam a obra deste nacionalista que busca uma música infinita.

O Navio Fantasma, Tannhäuser, Os Mestres Cantores de Nurenberg (a minha preferida), a tetratologia O Anel do Nibelungo (O Ouro do Reno, A Valquíria, Siegfried e O Crepúsculo dos Deuses), entre outras, são algumas de suas maiores criações.

Wagner está naquela “categoria” (ao lado de Mahler e Prokofiev) de compositores amados ou odiados! No entanto, a história da ópera, pode ser dividida entre antes e depois dele.



Da significativa obra de Wagner, nos deteremos somente em Tristão e Isolda (com libreto do próprio compositor), uma lenda céltica sobre um jovem casal que vive uma paixão proibida.

Tristão é encarregado por seu tio, o rei Marcos, a conduzir Isolda da Cornualha até a Bretanha para que possam casar-se. No caminho, Tristão e Isolda que já estavam enamorados tomam uma porção mágica do amor que potencializa, ainda mais, o sentimento dos dois.

No entanto, Isolda está prometida ao rei Marcos e tem que realizar este casamento. À noite, após a “indesejada” festa de núpcias, Tristão encontra Isolda e não resistem à paixão e são flagrados abraçados. Marcos não aceita a traição de seu sobrinho, mas, mesmo assim, impede que seu criado Melot mate Tristão.

Tristão ferido consegue fugir para seu palácio e a ausência de seu amor, leva-o ao desespero e ao desejo de morte. Neste momento, Isolda chega de navio e Tristão morre em seus braços.

Aparece o rei Marcos que descobriu a história da porção do amor e deseja perdoar os amantes. Isolda, desesperada, canta o seu cantar final:

“No esplendor de uma luz imortal, extasiada me perco e me regozijo!”

Essa ópera apresenta uma tradicional lenda medieval cheia de espiritualidade, enganos, honra, magia, filosofia schopenhauneana, amor místico e a música mais vertiginosa já escrita até então.

6 comentários:

Anônimo disse...

Olá Elton,
acho que a citação de Schopenhauer foi infeliz.
Um abraço.
Seu amigo.

Elton Quadros disse...

Tiago, meu amigo,

A citação de Schopenhauer foi para caracterizar as "crenças" de Wagner... e não as minhas. Apesar de o apóstolo Paulo também dizer algo parecido: "a vida é um vale de lágrimas".

Mas, fique tranquilo, teremos mais esperanças daqui para frente!

Abraços deste malungo.

Tiago Aurich disse...

rs...

O correto seria: "Schopenhauer foi infeliz (ou criminoso) ao dizer isso."

A infelicidade da frase schopenhaueriana está no ponto onde diz que "todo querer" tem uma origem comum e igual, dando a impressão de que vale tudo para alcançar o que se "quer", pois "todos 'sofremos' muito por alcançar o que queremos".

É sutil... típico de um especialista em sugestão psicológica, como Schopenhauer.

Abraços.

Elton Quadros disse...

Tiago, meu amigo,

A influência de Schopenhauer sobre Wagner foi profunda, no entanto, no "fim da vida", ele compôs a ópera Parsifal que tem um cárater cristão. Devo escrever sobre está ópera e refletir um pouco sobre isso.

Abraços deste malungo.

Anônimo disse...

Caro Elton,

Pelejas à parte, parabéns pela postagem! Me agradou muitíssimo (e o superlativo não é por qualquer de cá minha palha, é sério mesmo!).

Elton, o Becker.

Elton Quadros disse...

Becker,

Você não imagina como fico feliz de saber que o texto lhe foi agradável!

Obrigado e abraços deste malungo.