O Grito, Edward Munch (1895)
Much ado about nothing! Tomo emprestado o título de uma das peças de Willian Shakespeare, (uma comédia, diga-se de passagem) autor de uma grande obra artística, para falar de obras medíocres. Na verdade, nem pretendo falar propriamente das obras em si, mas da repercussão que elas costumam galgar entre os que não têm conseguido olhar além das lentes furta-cor e ilusionistas do marketing da indústria dos chamados best-sellers e da indústria cinematográfica norte-americana – capaz de transformar, ao menos no mundo das imagens, qualquer gatinho em leão e qualquer cravo em orquídea – e da lente embaçada e distorcida do desconhecimento – capaz de transformar qualquer falador em mestre e qualquer espertalhão em rei. Estou me referindo ao frenesi que, de quando em quando, livros como O Código Da Vinci e o filme homônimo, o recente documentário sobre a descoberta do suposto túmulo do Cristo, The Lost Tomb of Jesus, dirigido por James Cameron, geralmente provocam na opinião pública. Obras discutíveis em vários aspectos, inclusive no âmbito estético, elas têm suscitado, ao longo de muitos anos, inúmeros debates e preocupado inclusive a cristãos, e não poucos líderes cristãos. Contudo, uma primeira pergunta me ocorre, tais obras são dignas de tanta atenção e de tanto terror por parte dos seguidores de Cristo? Como um deles, creio que não. Para mim, se trata, vez após vez, de “muito barulho por nada”.
Much ado about nothing! Tomo emprestado o título de uma das peças de Willian Shakespeare, (uma comédia, diga-se de passagem) autor de uma grande obra artística, para falar de obras medíocres. Na verdade, nem pretendo falar propriamente das obras em si, mas da repercussão que elas costumam galgar entre os que não têm conseguido olhar além das lentes furta-cor e ilusionistas do marketing da indústria dos chamados best-sellers e da indústria cinematográfica norte-americana – capaz de transformar, ao menos no mundo das imagens, qualquer gatinho em leão e qualquer cravo em orquídea – e da lente embaçada e distorcida do desconhecimento – capaz de transformar qualquer falador em mestre e qualquer espertalhão em rei. Estou me referindo ao frenesi que, de quando em quando, livros como O Código Da Vinci e o filme homônimo, o recente documentário sobre a descoberta do suposto túmulo do Cristo, The Lost Tomb of Jesus, dirigido por James Cameron, geralmente provocam na opinião pública. Obras discutíveis em vários aspectos, inclusive no âmbito estético, elas têm suscitado, ao longo de muitos anos, inúmeros debates e preocupado inclusive a cristãos, e não poucos líderes cristãos. Contudo, uma primeira pergunta me ocorre, tais obras são dignas de tanta atenção e de tanto terror por parte dos seguidores de Cristo? Como um deles, creio que não. Para mim, se trata, vez após vez, de “muito barulho por nada”.
Há um ditado, se eu não me engano de origem árabe, que diz algo bem apropriado para essa minha reflexão: “a ignorância é vizinha da maldade”, mas nós temos um ditado que nos lembra disso também “em terra de cego quem tem um olho é rei”. Pretendo explorar esses ditados, aparentemente singelos, mas muito oportunos, para falar dos surgimentos dessas novidades que, para muitos, podem por em risco a perpetuidade do Cristianismo. Espero, por hora, que o caro leitor apenas reflita sobre eles enquanto seguimos nessa conversa.
Antes de ir adiante, quero deixar bem claro o que não pretendo e o que pretendo fazer nesse texto. Em primeiro lugar, não tenho a intenção de fazer uma análise profunda dos livros ou dos filmes e documentários aqui citados (que Deus nem os homens peçam tanto de mim). Limito-me a tão somente fazer algumas breves observações de caráter meramente ilustrativo, a fim de tornar evidente por que considero o frenesi em torno dessas obras “much ado about nothing”. Uma exposição minuciosa da análise dessas obras demandaria um volume, não pela sua profundidade, mas pela quantidade e pelos inúmeros problemas que elas têm. Não tenho tempo, nem paciência para fazer tal exposição. Na verdade, eu me recuso a fazê-lo. Em segundo lugar, não pretendo fazer uma defesa do Cristianismo diante de tais obras. Certas tarefas se constituem em obrigações muito aborrecidas. Uma delas é falar de uma má obra. Uma outra que, para mim, é essencialmente aborrecida, é a tarefa de ter que fazer apologia do Cristianismo diante de obras tão inconsistentes e sensacionalistas como o é, por exemplo, o badalado Código da Vinci de Dan Brown. Já enfrentamos inimigos mais expressivos que este suspense policial, mal elaborado, e este filme sem sal da Sony que, como outras produções cinematográficas recentes, demonstram a tacanhice da cosmovisão norte-americana reproduzida por Holywood. Mais uma vez, Holywood mostrou que é capaz de filmar qualquer coisa que venda. Ter que sacrificar o tempo que poderia ser gasto com um bom livro e um bom filme para ter que ler e ver O Código Da Vinci me deixa bastante aborrecido, quanto mais ter que defender uma fé que se mantém viva por séculos e que resistiu, heroicamente e dignamente, a tantas oposições mais qualificadas que obras desse quilate.
Já digo desde agora: para mim, o Cristianismo que for abalado por esse tipo de obra é um “cristianismo” fraco e falso. Não estou preocupado, por exemplo, com os devaneios do senhor Brown, ou de qualquer outro pseudo-historiador. Estou sim, alarmado com o nível de nossas preocupações. O alarido que elas têm insistentemente suscitado no meio cristão. É triste pensar que representantes de uma fé que resistiu a tantas intempéries, a tantos adversários, vez por outra, tenha que se desocupar de coisas importantes para comentar tais produções. Em um breve retrospecto dos que tentaram desconstruir a nossa fé ao longo da história, logo percebemos que estivemos diante de oponentes que, com toda a certeza, ririam se ao menos ouvissem falar que, nós cristãos, nos sentimos atemorizados diante de obras como O Código Da Vinci.
Halysson
4 comentários:
Halysson,
Também fico muito intrigado que "tenhamos que perder tempo" com esse tipo de "livro".
Por outro lado, isso indica o baixo nível intelectual do mundo. O tal do Código da Vinci é, no máximo, um lixo que distraí. Na verdade, em determinados casos, colocar o lixo para fora de casa, também distraí!
Abraços e bem vindo ao blog, enfim!
Por conta de uma série de perguntas feitas, quase todos os dias, por alguns dos meus alunos, li o Código no ônibus em viagem a Salvador. Foi uma distração, não uma literatura. Só isso.
Ah! Seja muito bem vindo a blogosfera, freund Halysson.
Concordo em número, gênero e grau.
Em relação ao código da Vinci, achei uma produção amadora, que não me convenceu em absolutamente nada,.Uma perda de tempo.
Comecei a ler o livro e nem terminei, depois fui assistir ao filme e sai decepcionada!
Comentei com o meu irmão que esperava muito mais de um filme que estava sendo tão bem falado, pelo menos no meu meio.
Como você disse, Hollywood provou que vende qualquer coisa.
O filme foi uma correria para tentar explicar todo o enredo e o resultado foi isto: um filme completamente confuso.
Acho que você deve saber que em Salvador existe um circuito sala de artes, para as pessoas assistirem filmes alternativos, sem ser esses filmes comerciais que tem sempre a mesma história e os finais são sempre previsíveis.
O que falta por aqui e em vários lugares é isto.
Se as pessoas começassem a ler mais e assistir bons filmes não se contentariam com tão pouco.
Então, é isto. :)
Deixo aqui a minha pobre opinião =P
E, a propósito, adorei o post! :]
Beijão
=*
Agradeço a acolhida!
De fato, caro Elton, levar o lixo para fora de casa também nos serve de distração. Com a grande vantagem de ser possível experimentar o alívio proporcionado pelo expurgo e, quem sabe, a brisa matinal ou o frescor da noite; experiências, para mim, bem mais agradáveis que o Código Da Vinci.
Concordo, Marianne. É preciso ver bons filmes e ler bons livros para não se contentar com a mediocridade. O grande problema é que a mediocridade é geralmente mais cômoda e mais acessível. O ordinário sempre está por aí, nos cercando; esbarrando em nós e fazendo-nos esbarrar nele. O extraordinário não; precisamos ter sensibilidade para percebê-lo.
Abraços!
Halysson
Postar um comentário