quarta-feira, 6 de junho de 2007

Um poema de Adriano Espíndola

LÍNGUA-MAR

Adriano Espíndola


A língua em que navego, marinheiro,
na proa das vogais e consoantes,
é a que me chega em ondas incessantes
à praia deste poema aventureiro.
É a língua portuguesa, a que primeiro
transpôs o abismo e as dores velejantes,
no mistério das águas mais distantes,
e que agora me banha por inteiro.
Língua de sol, espuma e maresia,
que a nau dos sonhadores-navegantes
atravessa a caminho dos instantes,
cruzando o Bojador de cada dia.
Ó língua-mar, viajando em todos nós.
No teu sal, singra errante a minha voz.

2 comentários:

Anônimo disse...

Eu nunca li nenhum poema de Adriano Espindola, mas senti um especie de louvor a nossa língua, não é?!
Além de mostrar até onde ela pode nos levar.
É como se a língua portuguesa fosse aventureira e nos levasse junto com ela em suas aventuras.

"É a língua portuguesa, a que primeiro
transpôs o abismo e as dores velejantes,
no mistério das águas mais distantes,
e que agora me banha por inteiro."



Gostei muito, Bite =]


Beijos :*

Anônimo disse...

Bite comentou comigo que você falou com ele do meu comentário.
Que bom que gostou do comentário!
Sempre que puder, vou dar uma passada aqui.
Nossa cultura está tão deixada de lado que às vezes impressiona um jovem gostar, não é?!
Mas, aos poucos as coisas mudam.
Eu espero.

Beijos e até mais

:*